Todo Dia

O que você faria se todos os dias acordasse em um corpo diferente? Se em um dia você fosse uma garota e no outro dia um rapaz? Se a cada 24 horas você tivesse uma personalidade e uma vida que nunca teve?

Aparentemente ninguém vivenciou isso mas, David Levithan leva o leitor a refletir sobre esta possibilidade com o protagonista do livro, um garoto de 16 anos que não tem uma vida própria. A, o nome que o próprio criou para si, tem a cada manhã uma família nova, escola, amigos novos para lidar. A tem a oportunidade de conhecer muitas pessoas e lugares ao passar por vidas de adolescentes que também têm 16 anos, porém ao conhecer Rhiannon, A não deseja mais ter um corpo diferente por dia e simplesmente deseja ser como todos os outros.

O narrador tem muita bagagem e história para contar, no entanto aprender mais sobre Rhiannon mudou a forma como ele vias as coisas pois, pela primeira vez ele realmente se interessou por uma pessoa e quis saber mais sobre ela. A paixão e a vontade de ter uma vida singular invadiram o ser de A até que ele contou para a garota sobre sua condição e ela (com muitas provas), pôde acreditar nele. Mas… E a partir daí? Como vencer o desafio de possuir corpos novos diariamente?

Durante capítulos presenciamos os esforços de dois apaixonados lutando contra a distância, as aparências e o próprio tempo e, como leitora foi difícil imaginar um final coerente para a história, o qual não existe: o final é aberto e dá a sensação de que a história não foi terminada, impossibilitando a criação de finais alternativos.

O livro é excelente para jovens leitores porque ele nos coloca no lugar de outros indivíduos com vidas e realidades variadas e interessantes; algumas maravilhosas, outras bem trágicas, apesar de possíveis. Pude voltar aos meus 16 anos e me aproximei muito com os personagens que A vivia e, por este motivo Todo Dia é um bom livro a ser lido. Você já desejou ser outra pessoa?