É amigos, em uma época em que o debate e o amadurecimento toma conta sobre a convergência da produção de conteúdo, em um momento em que, as redes sociais são utilizadas como o palco de produção de máscaras e ao mesmo tempo consideradas espaço público para às discussões e revoluções e a era do Campus Party, às vezes esquecemo-nos de parar e pensar como se davam e propagavam – se os debates em anos remotos, pois, não existia e nem precisava de um botão para apertar e seguir com a transformação.
Segundo matéria publicada no Correio Braziliense do dia 28/01/2013, “Facebook Renascentista”, pesquisa feita por instituições britânicas constatam que, nas academias italianas, dos séculos 16 e 17, os pensadores costumavam criar grupos, compartilhavam trabalhos e também, usavam apelidos.
Hoje, com os recursos tecnológicos ao nosso favor, fazendo – nos encarar à distância de outra forma, ficamos surpresos ao ler e sentindo o calor das emoções de outrora, mas, através do livro: “Às Armas Cidadãos”! – Panfletos Manuscritos da Independência do Brasil – 1820 – 1823 (Companhia das Letras /UFMG) começamos a entender a dimensão e a dinâmica desse compartilhamento, organizado por José Murilo de Carvalho, historiador e cientista político brasileiro – MG; Lúcia Maria Bastos Pereira Neves, historiadora brasileira, professora de História Moderna na UERJ; Marcello Basile, professor de História da UFRJ.
Pois é, cuidado com o que escrevem, sabe aquele papel em que você passa com uma fofoca? Um dia pode ir para algum acervo, futuramente, você poderá ser reconhecido como o traidor da sua “tribo”, está aí a Ciência da Informação para cuidar e catalogar os registros em que, nem o tempo apaga, pode até rasurar um pouco, mas, vai que alguém resolva reuni – los e editar em um livro com determinadas estórias?
No entanto, o livro não vem com picuinhas, mas, desejo de independência confirmada em 32 panfletos retirados do Arquivo Histórico do Itamaraty, digitalizados e transcritos com algumas explicações e às notas de rodapé para que o leitor fique bem inserido, no final, a cronologia ajuda a entender às colocações nos panfletos, pode chegar a ser cansativo, o leitor atento vai querer através de uma lupa entender o arcaísmo da língua portuguesa para à época, isso mesmo, a língua e a oralidade evoluem juntamente com a escrita; é o registro do burburinho político – social registrado na Bahia, Rio de Janeiro e Portugal, mostrando as personalidades residentes em cada local, geralmente comerciantes, bacharéis e profissionais liberais, nascidos no Brasil e pessoas que vinham de Portugal para assumir um cargo administrativo, alguns acabaram retornando para aquele país europeu; descreviam até a fraqueza de alguns em determinadas situações quando clamavam por posições mais fortes. São momentos decisivos para à nossa independência.
O livro atende o engajado com o seu redescobrimento e o estudante de humanas que busca respostas e conexões para pesquisa, logo, os organizadores deixam alguns questionamentos para inquietações, é um livro com pouco conteúdo, porém, rico.
Em meio a petições públicas que circulam na internet para que Renan Calheiros não volte à Presidência do Senado, nas páginas 28 e a 214, principalmente, votos e convites à: Assina, Assina, Assina… quadras convidativas para à mudança e um não à corrupção. Investigar o passado é entender o presente.
Contudo, o bom mesmo é saber que em muitas coisas somos capazes de evoluir, só temos que trabalhar para cortar na raiz e trabalhar as deficiências do caráter, ao que me consta, produto da essência humana e marginalizada em um país de clientelismos perdurados até hoje.
E eles escreviam… denunciavam…corrompiam–se…evoluíam…morriam…retornavam…