A arte italiana, com sua formação e mudanças de estilos, definiu a arte ocidental. Os conceitos de beleza e cultura passam até hoje pelos padrões criados pelos italianos através dos séculos. Como o ser humano é retratado e visto tem origem nos olhos e mãos dos artistas da região que hoje conhecemos como Itália. A genialidade indiscutível de alguns nasceu nas cidades banhadas pelos mares Mediterrâneo, Tirreno, Jônico e Adriático.
Muitos fatores transformaram a região europeia no centro da civilização ocidental. Do desenvolvimento de mercados, ao Império Romano e a liberdade criativa advinda das mãos de mecenas, são fenômenos que possibilitaram a existência de uma arte tão definidora como é a italiana. Cidades como Milão, Gênova, Veneza, Pisa, Florença, Siena, Roma, Parma, Pistoia e Lucas, apesar das tumultuadas vidas políticas e de guerras destruidoras, contribuíram para a cultura mundial. Por muitos séculos, apesar das mudanças sociais e políticas, essas cidades contribuíram para a cultura mundial. A arte e a cultura são só alguns aspectos da importância dessas regiões para a civilização.
Alguns nomes da realeza artística italiana
Do Império Romano ao Renascimento, da Antiguidade ao Risorgimento (momento em que as regiões da península se uniram para formar o território – 1815 a 1870 ), há sempre a marca da região como epicentro europeu das mudanças políticas, filosóficas e artísticas. A lista de pintores, escultores, escritores e cineastas é extensa e por isso artistas fabulosos e imortalizados por suas obras não são tão conhecidos pela população por todo o mundo.
Piero della Francesca, para citar um pintor que revolucionou a perspectiva nos afrescos renascentistas, não é tão conhecido nos livros de história quanto o gênio Botticelli (1445-1510). Tintoretto, precursor do Barroco e Pela abundância de nomes importantes, é possível lembrar dos gênios nascidos na região ao passar dos séculos, e assim traçar um panorama da arte italiana a partir do século XIII .
A Imortalidade Italiana na Arte
Dante Alighieri (1265-1321) é um artista marcante do final da Idade Média. O poeta que deu para a literatura a “Divina Comédia”. O poeta usou a língua italiana para compor seu poema de Inferno, Purgatório e Paraíso. O uso da língua fortaleceu a identidade da região. A obra e suas referências contribuem até hoje para imagens sobre inferno e paraíso usadas por escritores e escritoras no mundo. A dualidade entre bem e mal e como isso interfere na dinâmica da sociedade estão na Divina Comédia. Quer conhecer um pouco mais? Aqui está uma passagem importante do texto de Dante: “No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.
Leonardo da Vinci (1456-1519) é considerado por muitos o grande gênio da humanidade. Nascido na Toscana, a personalidade e herança do artista para a civilização é inquestionável. Com contribuições marcantes para a arquitetura, ciência e artes, é difícil entender e limitar a influência de Da Vinci até o mundo contemporâneo.
A precisão e realismo usados por Da Vinci nas suas pinturas como a Mona Lisa e a Última Ceia são até hoje material de referência para estudiosos e artistas. Como as pinturas usam as sombras, as dúvidas usadas para dar significados à imagem até hoje surpreendem quem visita o Louvre e a Igreja de Santa Maria delle Grazie. Vale aqui o destaque para a imagem do Homem Vitruviano e do estudo sobre a fecundação humana, segundo Da Vinci.
Michelangelo (1475-1564) é o talento sem comparações da escultura italiana do Renascimento. O artista também deu contribuições para a poesia. Mas foi na escultura e na na pintura que a precisão da arte Michelangelo foi imortalizada. Nascido Ludovico Buonarroti Simoni no território da República Florentina. Artista de sua época, onde era comum transitar entre diversas formas de arte, Michelangelo marcou a humanidade com criações que são mundialmente famosas como a Capela Sistina, a escultura em mármore Pietà de 1499 que está na basílica de San-Pietro e Davi – obra que definiu o Renascimento com seus estudos sobre anatomia e o homem como centro da identidade artística. Vale aqui o destaque para a imagem que está na Capela Sistina da “A Criação de Adão”.
Ticiano (1488-1576). Pintor com vasta produção, pode ser eclipsado pela genialidade de seus conterrâneos, mas suas contribuições para a arte e para identidade italiana são valiosas. Nascido em torno de 1490, no final do Quattrocento, o pintor veneziano criou obras com densidade de cores de fundo e que levam o olhar para a luz e cores das imagens centrais. Na Assunção ou Assunta (1515-1518), a progressão de cores e sombras leva até a imagem de Maria no centro da obra. De dimensões gigantescas, A Assunta conta uma história a partir de uma imagem, estão lá estão o inferno, a humanidade e o divino, tudo feito com o auxílio do jogo de contraste entre claridade e escuridão. Apesar da temática religiosa – afinal, a arte precisa ser paga – os temas de Ticiano são diversos e ousados, marcando as características renascentistas do pintor.
Caravaggio (1571-1610) – O Renascimento chegou ao fim, o realismo da anatomia do Quattrocento são substituídas pelo traço que quer provocar. A forma humana, que foi idealizada pelos renascentistas, muda para o traço vigoroso do naturalismo. Assim como o Il Furioso, Tintoretto, Caravaggio pinta para evocar o que é obscuro. A obra dos dois pintores servirá de material para o Barroco que é baseado no jogo entre claridade e escuridão extrema. A sombra como recurso para mostrar o lado obscuro e vil do ser humano pode ser visto em obras imortais como: Narciso, A Cabeça da Medusa, Judite e Holofernes, David com a cabeça de Golias, A Decapitação de João Batista ou Decapitação de São João Batista, entre outras marcam o jogo de luz e sombra na obra do pintor.
A Itália Além da Pintura
O Renascimento criou os maiores gênios italianos na arte ocidental. Foi um período único e definidor da retratação humana e é inegável como as criações desse período continuam a servir de referência para o mundo do século XXI. Na música, há compositores de música clássica nascidos nos territórios italianos.
Vale a pena começar por Clementi, Giuseppe Verdi e Puccini. No século XX, a identidade italiana ganhou novos representantes com o cinema. Vale a pena para começar a entender o cinema italiano: Vittorio De Sica, Federico Fellini, Sergio Leone, Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni e Roberto Rossellini.