Itamar Vieira Junior é um escritor baiano. Ele é o autor do romance Torto Arado, que foi o vencedor do Prêmio LeYa de 2018, e do Prêmio Jabuti de 2020, além do Prêmio Oceanos de 2020. Um escritor multi premiado, ele é um dos destaques da sua geração. Confira um pouco mais sobre a trajetória desse grande soteropolitano.
Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, Bahia, no dia 6 de agosto de 1979. Pouco se sabe sobre a sua infância, mas na adolescência Itamar morou no estado de Pernambuco, e um pouco mais tarde se mudou para a cidade de São Luís, no Maranhão.
Iniciou os estudos no curso de Geografia na Universidade Federal da Bahia, conhecida como UFBA, sendo o primeiro aluno que recebeu da Bolsa Milton Santos, que é dedicada para os jovens negros com baixa renda.
Ele se formou em geografia e até concluiu o mestrado. Hoje ele é doutor em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia, possuindo estudos sobre a formação das comunidades quilombolas no interior da região nordeste do país.
Primeiras obras
No ano de 2012, ele publicou o livro de contos “Dias”. Cinco anos depois, em 2017, ele lançou outro livro de contos, intitulado “A Oração do Carrasco”, que foi um dos finalistas na mesma categoria do 60º Prêmio Jabuti, que ocorreu em 2018.
No dia 17 de outubro de 2018, o Prêmio LeYa foi entregue para ele graças à obra “Torto Arado”. O júri, que era presidido pelo poeta Manuel Alegre, justificou essa premiação por unanimidade do prêmio graças a “solidez da construção, equilibria da narrativa e a forma como aborda o universo rural do país”
O júri ainda continuou: “Ele colocou ênfase nas figuras femininas, na sua liberdade e na violência que era exercida sobre o corpo em um contexto dominado pelo patriarcado. Esse é um romance que parte de uma realidade concreta, onde as situações de opressão quer social quer do homem se relacionando com a mulher, essa narrativa encontra um plano alegórico, evitando a entrada em um estilo barroco e ganhando contornos universais. Ele destaca a qualidade literária em uma escrita onde reconhece plenamente o escritor”
A poeta da Angola Ana Paula Tavares, que também era membro do júri, fez questão de realçar “A capacidade do autor de manter o nível da narrativa” do livro premiado, onde exalta a sua “elegância na poesia que se mantém do início até o fim”.
Ela ainda complementa: “as personagens femininas são as fortes, e o autor consegue manter uma firmeza, essa violência, esse recorte, além de uma violência que é exercida sobre as mulheres e das mulheres, entre as mesmas. Tudo está muito bem escrito e visto.” afirmou ela.
Vale ressaltar que Itamar também é um servidor público no INCRA, que é o órgão do governo que fica responsável pela condução da reforma agrária no país. Como tal funcionário, ele já recebeu diversas ameaças de mortes e outros tipos de violência pela sua atuação para uma divisão mais igualitária das terras e pela sua proximidade com as comunidades quilombolas.
Obras
Contos
- Dias – 2012, Caramurê Publicações. (Vencedor do Concurso XI Projeto de Arte e Cultura)
- A Oração do Carrasco – 2017, Mondrongo. (finalista do Prêmio Jabuti, categoria Contos; vencedor do Prêmio Humberto de Campos da União Brasileira de Escritores:seção Rio de Janeiro biênio 2016-2017; segundo lugar no Prêmio Bunkyo de Literatura 2018)
- Doramar ou a odisseia – 2021
Romances
- Torto Arado – 2019, LeYa (edição portuguesa) e Todavia (edição brasileira) (vencedor do Prémio LeYa de 2018)