O movimento estético surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Romantismo
Como o nome já sugere, o Realismo foi uma manifestação cultural que dedicou um olhar realista e objetivo para tudo. Principalmente sobre a existência e as relações humanas.
Em oposição à subjetividade e ao individualismo anterior, a arte era sempre uma representação verossímil da realidade.
Sua vertente se deu na literatura e Madame Bovary, de Gustave Flaubert, foi a primeira obra Realista.
O contexto histórico do Realismo se dá em um momento muito conturbado.
A desigualdade social estava cada vez maior, pois o capitalismo estava em ascensão. Por isso, a classe burguesa tinha uma maior poder de decisão e assim surgiu uma exploração da classe trabalhadora.
Os escritores, então, passaram a buscar uma escrita que demonstrasse o que se passava ao seu redor. A Segunda Revolução Industrial, o avanço tecnológico e a pobreza povoaram os textos.
Sem contar com os questionamentos dos princípios e padrões burgueses.
Principais características
Os principais pontos do Realismo foram:
- Objetividade, trazendo cenas e situações de forma direta;
- Caráter descritivo;
- Tom crítico sobre as instituições e a sociedade, sobretudo a elite;
- Valorização da coletividade;
- Temas contemporâneos e cotidianos;
- Maior desenvolvimento da prosa e do conto;
- Denúncia Social.
Houve também uma grande valorização de conhecimentos científicos. Foi nesta época que surgiram teorias como Darwinismo, Socialismo utópico e científico e Positivismo.
Darwinismo Social: com a teoria evolucionista diversas áreas do saber foram influenciadas. Entre elas, principalmente a literatura. A ideia de que os seres vivos passam por uma seleção natural mudou a forma de ver a realidade.
Socialismo Científico: Essa doutrina se opõe ao socialismo utópico. Afinal, ela tem como característica uma análise crítica e científica de suas relações econômicas, políticas e sociais.
Positivismo: É uma corrente teórica que defende o conhecimento científico sendo a única forma de conhecimento verdadeiro. August Comte, seu fundador, defende o culto à ciência, o mundo humano e o materialismo.
A literatura Realista
Como dito anteriormente, o marco inicial da literatura Realista foi o lançamento do romance Madame Bovary.
Essa obra retrata fielmente a realidade, fugindo das idealizações. Sua narrativa expõe um casamento infeliz e traz assuntos polêmicos, como o adultério e o suicídio.
Rapidamente essa nova forma de retratar o cotidiano se espalhou por outros países além da França. Alguns deles foram: Portugal, Reino Unido, Rússia, Brasil, etc.
Realismo no Brasil
Diferente do movimento europeu que foi guiado pelo avanço industrial, o Brasil ainda estava em um processo de modernização.
No país, o Realismo surgiu durante o Segundo Reinado de Dom Pedro II. Dessa forma, encontraram na escrita uma maneira de criticar a burguesia e a monarquia.
O que se tornou semelhante aos escritos do movimento europeu. Isso porque o Realismo no Brasil também expôs contradições e desigualdades sociais.
É por meio das obras Realistas que os escritores brasileiros denunciaram problemas da abolição da escravatura. Além da chegada de imigrantes e diversos avanços tecnológicos.
É possível dizer que a chegada do Realismo no Brasil foi marcada pelos círculos literários nordestinos. Eles formaram autores célebres que contribuíram para essa época de críticas sociais.
No Realismo brasileiro existem três principais nomes. Entre eles temos o carioca Machado de Assis, o maranhense Aluísio Azevedo e o angrense Raul Pompéia.
Machado de Assis foi o pioneiro do movimento no país e escreveu livros marcantes como Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
Principais autores
- Gustave Flaubert;
- Jean-François Millet;
- Auguste Rodin;
- Jean-Baptiste Camille Corot;
- Francesco Hayez;
- Eça de Queiroz;
- Machado de Assis;
- Aluísio de Azevedo, etc.