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Adoniran Barbosa

A vida e a morte de 

Adoniran Barbosa foi um importante compositor e cantor brasileiro. Ele é conhecido por ser um dos responsáveis em fazer do samba um ritmo mais popular nacionalmente. As suas músicas “Saudosa Maloca” e “Trem das Onze” são consideradas obras primas da música nacional.

As canções de Adoniran possuem poesia simples, normalmente retratando a vida cotidiana das pessoas que vivem nas camadas mais pobres da população urbana do Brasil. Confira um pouco mais sobre a vida e trajetória desse eterno artista.

Juventude

Adoniran Barbosa, nascido João Rubinato, é paulista e veio ao mundo na cidade de Valinhos no dia 6 de agosto de 1910. Ele era filho de dois imigrantes da Itália, Ferdinando e Emma Rubinato. Apesar de ser de Valinhos, muito novo ele e sua família acabaram se mudando para o município de Jundiaí.

Pouco se sabe sobre a infância de Adoniran, além do fato dele estar sempre ligado a música em paralelo aos estudos. No ano de 1924, com apenas 14 anos ele se mudou junto com a família para Santo André.  Na grande São Paulo ele começou a trabalhar muito novo para conseguir ajudar a sua família.

Quando tinha 22 anos, ele foi para São Paulo onde começou a trabalhar como vendedor de tecidos. Nesse período Adoniran já era um músico profissional, mas ainda não vivia da música nem tentava algo muito grande. Mas foi na capital que logo menos esse jogo mudou.

 

Nome artístico e início de carreira

Na capital paulista participa de programas de calouros no rádio. Seu nome verdadeiro é João Rubinato, mas adota o pseudônimo de Adoniran Barbosa. Adoniran, nome de seu melhor amigo e Barbosa em homenagem ao cantor Luís Barbosa, seu ídolo. 

Em 1934, com a marcha “Dona Boa”, feita em parceria com J. Aimberê, conquista o primeiro lugar no concurso carnavalesco promovido pela prefeitura de São Paulo.

No ano de 1941 foi convidado para trabalhar na Rádio Record, onde atuou por mais de 30 anos como ator cômico, loucutor e discotecário. Já em 1955 ele fez o seu primeiro sucesso, “Saudosa Maloca”, que foi gravado pelo conjunto musical Demônios da Garoa. 

Em seguida lança outras músicas, como “Samba do Arnesto” (1953), “Abrigo de Vagabundo” (1959) e a famosa “Trem das Onze” (1964). Nas suas letras ele costuma retratar a vida cotidiana das camadas mais pobres da população e as alterações causadas devido ao seu progresso.

Para isso, faz uso da maneira de falar dos moradores de origem italiana de alguns bairros paulistanos, como Barra Funda e Brás. Uma de suas últimas composições foi “Tiro ao Álvaro”, gravada por Elis Regina em 1980.

 

Últimos anos

Adoniran Barbosa continuou bem atuante mesmo quando velho. Contribuiu para diversas composições e fazia alguns shows, mas a sua saúde foi ficando bastante debilitada no final da década de 70.

Adoniran foi fumante durante boa parte de sua vida, e esse seu vício lhe rendeu alguns problemas de saúde. A enfisema pulmonar foi a principal, que fez com que ele ficasse internado no Hospital São Luis até o dia da sua morte, no dia 23 de novembro de 1982, aos 79 anos.

Além do seu grande legado para a música brasileira, Adoniran Barbosa também deixou a sua companheira Matilde de Lutiis, com quem viveu ao lado por mais de 40 anos, e a sua filha Maria Helena.

 

 

 

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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