A primeira escritora mulher do gênero infantil a ocupar um lugar na Academia Brasileira de Letras, Ana maria Machado continua conquistando a todos
Ana Maria Machado é uma escritora e jornalista brasileira. Como escritora, Ana é responsável pela produção de inúmeros livros para o público infantil, sendo a primeira do gênero a ocupar um lugar na Academia Brasileira de Letras.
Ela foi eleita a presidenta da academia em 2012 e 2013. Ana é sem dúvidas uma das maiores autoras da literatura brasileira. As suas contribuições marcaram gerações, fazendo dela uma peça inesquecível para a cultura do Brasil. Conheça mais um pouco da sua trajetória.
Juventude e formação
Ana Maria Machado nasceu no dia 24 de dezembro de 1941, no bairro Santa Tereza da cidade do Rio de Janeiro. Ela é filha do político e jornalista Mário de Sousa Martins com a sua esposa Diná Almeida de Sousa Martins.
Ana é a irmã do também jornalista brasileiro Franklin Martins. Ainda na infância, a escritora já demonstrava um grande interesse pela imaginação, sendo bastante apaixonada pelas histórias que a mesma ouvia dos seus pais e da sua avó.
Ela aprendeu a ler antes dos cinco anos de idade, se tornando uma leitora bem determinada. Amava ler contos e fábulas, e a sua paixão pela imaginação foi cada vez mais estimulada graças aos livros que ela devorava na infância.
Já na sua juventude, Ana foi aluna do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do MOMA em Nova Iorque, e esse processo fez com que ela se tornasse uma artista completa. Aliás, a sua experiência fora do país contribuiu muito para os seus futuros trabalhos como jornalista.
Aliás, Ana Maria Machado começou a sua carreira atuando como pintora, tendo participações em exposições individuais e apresentações coletivas pelo Brasil e também no exterior.
Porém, em 1964 ela se formou em Letras Neolatinas na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, e depois concluiu uma pós-graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi nessa formação que Ana Maria Machado se encontrou como escritora.
Jornalista e professora durante a ditadura
Depois da sua formação em letras e arte, Ana Maria Machado decidiu seguir a carreira da literatura e lecionou Teoria Literária e Literatura Brasileira na universidade onde se formou.
Ela também deu aulas nos colégios Santo Inácio e Princesa Isabel, na PUC do Rio de Janeiro e no Curso Alfa de preparação para o Instituto Rio Branco. Nesse período, ela recebeu uma encomenda para redigir pequenas histórias para a Recreio, uma revista infantil. Era o início da sua carreira como escritora.
Durante o período da ditadura militar no Brasil, Ana Maria Machado participou do movimento de resistência de professores. Em 1969, após o AI 5, ela acabou presa. No início de 1970, decidiu partir para um exílio no continente europeu. No velho continente, Ana atuou como jornalista para a revista Elle em Paris e trabalhou para o serviço Brasileiro da BBC, em Londres.
Ana Maria Machado deu aulas de Língua Portuguesa em Sorbonne. Nesse período, acabou estudando na École Pratique des Hautes Études, onde acabou defendendo a sua tese de doutorado em Linguística e Semiologia sob a orientação de Roland Barthes.
No ano de 1972, Ana Maria Machado decidiu voltar ao Brasil, e voltou para trabalhar como jornalista. Nessa função, acabou atuando no Correio da Manhã, no jornal Globo e também no Jornal do Brasil.
Durante cerca de sete anos, entre 1973 e 1980, Ana foi chefe do setor de Jornalismo no Sistema Jornal do Brasil de Rádio. Nesse período, a jornalista continuou atuando de forma regular na revista Recreio.
Primeira obra infantil e carreira como escritora
Ana Maria Machado só publicou a sua primeira obra em 1977. O livro “Bento que Bento e o Frade” foi a sua primeira obra infantil publicada, e o título é em referência a brincadeira também chamada de Boca de Forno.
Ainda em 1977, a autora recebeu um prêmio João de Barro graças ao seu livro “História Meio ao Contrário”. Com o sucesso de seus livros, Ana não conseguiu mais para de escrever (ainda bem).
A sua carreira como escritora não ficou somente na produção de livros. Uma de suas contribuições mais importantes foi na abertura da primeira livraria para o público infantil no Brasil.
Junto com a Maria Eugênia Silveira, abriu em 1979 a “Malasartes”, dirigiu a livraria por 18 anos. Foi nesse período que Ana decidiu abandonar a carreira como jornalista para se dedicar inteiramente às suas obras.
Por causa dessa decisão, Ana conseguiu lançar mais de cem livros. Entre esses livros se encontram oito ensaios, nove romances e, na sua grande maioria, livros voltados para o público infantojuvenil. São mais de 20 milhões de exemplares vendidos, publicados em vinte idiomas.
Graças às suas obras, Ana Maria Machado conseguiu conquistar 3 prêmios Jabutis, Machado de Assis e o Hans Christian Andersen e outras dezenas de premiações que reconhecem a sua contribuição para a literatura.
Também graças a sua contribuição para a cultura brasileira, Ana Maria Machada chegou a academia brasileira de letras, se tornando a primeira escritora infantil a chegar a essa entidade.
Ana Maria Machado segue viva, e o seu legado já é considerado eterno. Suas contribuições para a literatura brasileira são amplamente premiadas e contempladas pelo público, fazendo dela uma escritora atemporal.