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Voltaire: Conheça a biografia de um dos maiores filósofos da história

Voltaire foi um escritor e filósofo francês, considerado um dos maiores representantes do Movimento Iluminista da França. 

 

Além de filósofo e escritor, Voltaire também foi dramaturgo, poeta, historiador e ensaísta. Junto com Rousseau e Montesquieu, Voltaire se encontra entre as três personalidades mais significativas do Iluminismo na França. Confira mais sobre a história desse importante filósofo.

 

Biografia e Iluminismo

François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, nasceu no dia 21 de novembro de 1694, na capital da França, Paris. 

Ele era um descendente de uma família pertencente à burguesia e, entre 1704 e 1711, frequentou o Collège Louis-le Grand, em Paris, que é até hoje considerada uma das instituições mais importantes no ensino da França. Ele chegou a cursar direito, mas não concluiu.

Desde a juventude, Voltaire sempre teve ideias e um temperamento voltado à revolução. O filósofo chegou a frequentar a Société du Temple, um local que reunia livres pensadores e libertinos dessa época.

Nesse período de sua vida, os grandes avanços culturais, científicos e econômicos geraram a crença nas pessoas de que todo o destino da raça humana seria o progresso. 

Além do liberalismo e do racionalismo, um outro princípio base do iluminista era a posição de anticlericalismo – um ponto político contrário ao poder predominante na Igreja.

Voltaire, que era fortemente ligado à grande burguesia, se caracterizou como um empenhado crítico da nobreza, do absolutismo e principalmente da Igreja. Ele foi um dos únicos pensadores que conseguiram encarar o espírito do Século das Luzes da melhor maneira possível. 

Voltaire escreveu alguns versos desrespeitosos, encaminhados ao rei Luís XIV, que acabou lhe rendendo uma reclusão na Bastilha em 1717. Quando ele foi libertado, acabou sendo exilado em Chátenay.

O filósofo é considerado um dos escritores e pensadores mais combativos da história. No ano de 1718, ele escreveu a tragédia “Èdipo”, com o seu pseudônimo Voltaire. Essa tragédia acabou lhe abrindo as portas para o meio literário. 

Em 1726, graças a um novo desentendimento, desta vez com o Cavaleiro Rohan, Voltaire acabou sendo preso pela segunda vez. Depois de passar cinco meses preso, acabou sendo exilado na Inglaterra, permanecendo lá até 1729.

 

Ideias de Voltaire

Em terras inglesas, Voltaire passou a ter contato com algumas ideias do John Loco, e foi influenciado também pelo regime do governo parlamentar, instituído depois da Revolução Gloriosa de 1688.

A partir desse período, Voltaire começou a defender de maneira mais acentuada a ideia de que a monarquia constitucional inglesa e a tolerância religiosa teriam que ser adotadas e seguidas por todas as nações da Europa.

Voltaire era um grande opositor do absolutismo e qualquer ideia que flertasse com isto, porém o mesmo defendia uma necessidade de monarquia centralizada em que o reinado, assessorados por filósofos se tornassem capazes de realizar algumas reformas de acordo com os interesses gerais da sociedade.

Embora o filósofo afirmava que “todo homem possui o direito de crer que é igual a qualquer outro homem” Voltaire tinha um verdadeiro desprezo pelo restante do povo.

O filósofo foi um atuante propagandista e apoiador de ideias liberais, chegando a defender o direito dos indivíduos à liberdade de expressão e liberdade política.

Ele sempre foi um verdadeiro crítico da igreja, mas não por defender outra religião, e sim pelo fato da igreja ter um poder que limitava setores da burguesia, da qual ele fazia parte.

Voltaire acreditava que Deus se encontrava na natureza, e que a entidade estava presente no homem, que poderia descobri-lo através da razão. Ele acreditava que Deus guiava o homem através da sabedoria.

Essa sua crença afirmava que o filósofo não era contrário à religião em si, mas era contrário à detenção do poder nas mãos dos líderes católicos.

 

A sua obra mais escandalosa

Voltaire publicou no ano de 1734 a sua obra mais escandalosa, a “Cartas Inglesas ou Cartas Filosóficas”. Nessa obra, o filósofo realiza uma comparação entre o atraso da França absolutista, clerical e obsoleta com a liberdade inglesa.

Por causa dessa obra, Voltaire acabou sendo condenado por autoridades da França, e novamente precisou fugir, sendo recebido pela marquesa du Châtelet, no castelo de Cirey em Lorena, onde ficou por dez anos.

 

Últimos Anos

Em 1744, Voltaire acabou retornando para Paris e, dois anos depois, acabou sendo eleito para a Academia Francesa e foi introduzido pela Madame Pompadour na corte. 

Cinco anos depois, com o falecimento da marquesa, e também com toda a perda do prestígio da corte, ele acabou aceitando o convite de Frederico II o Grande, da Prússia, para viver na corte de Potsdam. 

Viveu seus últimos anos na Prússia até que, em 1753, após um desentendimento com o rei, acabou se retirando para uma casa próxima a Genebra. Faleceu no dia 30 de maio de 1778, em Paris, quando decidiu fazer uma viagem para o seu país natal.

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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