José do Patrocínio (1853-1905) foi um líder abolicionista, renomado jornalista e escritor do Brasil. Participou de forma ativa de movimentos em prol da libertação de escravos.
José do Patrocínio nasceu na cidade Campos, no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1853. Era filho de Cônego João Carlos Monteiro, um vigário de Campos e de Justina Maria, uma mulher em situação de escravidão.
Aprendeu as escrever as primeiras letras e recebeu uma certa proteção de seus pais. Com permissão de seu pai, José se mudou para a capital do Rio, onde ele começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia.
A sua participação de liderança em campanhas a favor do abolicionismo e contra a monarquia iniciou no ano 1871, a partir um poema publicado no jornal A República.
No ano 1868, com uma ajuda do professor João Pedro de Aquino, José deu entra na Faculdade de Medicina, como aluno do curso de farmácia. Se formou no ano de 1874 e para conseguir sobreviver ele começou a lecionar.
Os poemas
No ano de 1875, José do Patrocínio publicou um quinzenário de sátira, “Os Ferrões”, no qual ele evidencia as suas qualidades polemistas, que logo foi extinto.
Já em julho do ano de 1876, ele escreveu um poema ousado, com doze estrofes, que era dirigido para a princesa Isabel. Esse poema foi publicado em um periódico chamado “O Mequetrefe”.
No ano posterior, através das mãos do Ferreira de Araújo, ele entrou para a Gazeta de Notícias. No ano de 1879 se casou com a sua aluna Maria Henriqueta. Com o auxílio do sogro, ele adquiriu a “Gazeta da Tarde”.
Lutas contra a escravidão
Em 1880, ele ocupou uma tribuna no Teatro São Luiz, para tentar atacar a prática da escravidão. Ele estava pronto para dedicar sua vida à causa dos negros que viviam como escravos.
José continuava preso de forma sentimental à senzala. Na Província de Rio de Janeiro, existia um escravo para cada dois homens livres.
No ano 1883, junto com os representantes de clubes e de associações abolicionistas que atuavam no Rio de Janeiro e na cidade Niterói, ele propõe a fundação de uma Confederação Abolicionista.
De uma redação de jornal, a Confederação conseguiu coordenar essa luta que ia se desenrolando por todo o território nacional. Nesse período, José viajou por alguns estados da região Nordeste e em 1984 ele foi parar no Ceará sempre em função da luta abolicionista.
No dia 18 de agosto de 1885 faleceu a sua mãe, que nasceu na costa ocidental do continente africano, sem que chegasse o dia de liberdade para todos os escravos.
Em janeiro do ano de 1886, José do Patrocínio, Ubaldino Amaral e Quintino Bocaiúva foram os candidatos dessa Confederação para Câmara Municipal. Nessa época ele ainda escreveu três romances, “Mota Coqueiro”, “Os Retirantes” e “Pedro Espanhol”.
José eleito para a Câmara Municipal
José do Patrocínio foi eleito para a Câmara Municipal com uma grande votação. No ano de 1887 saiu da Gazeta da Tarde e criou o jornal “A Cidade do Rio”.
As campanhas populares pela abolição atingiam o pico. Multiplicavam-se os protestos, os discursos e também as manifestações nas ruas.
No dia 3 de maio, das janelas do senado, José do Patrocínio e Rui Barbosa faziam um discurso diante de um grande número de pessoas que se reuniam nas ruas daquela região. No dia 8, o Ministro Rodrigo Silva levou ao Parlamento um projeto final de abolição, escrito pelo Ferreira Viana.
A assinatura da Lei Áurea
Foi no dia 13 de maio de 1888 que a Princesa Isabel, já pressionada por países estrangeiros, exercendo também a Regência pela razão de D. Pedro II à ter viajado para Europa, assinou a lei Áurea. Foi aí que chegou ao fim essa luta que durou cerca dez anos das campanhas abolicionistas.
Patrocínio se manteve ligado com Princesa, rejeitando uma adesão aos grupos republicanos. Os colegas da Confederação Abolicionista se afastaram dele. O jornal “A Cidade do Rio” aos poucos ia perdendo a sua importância.
Patrocínio e a República
No dia 15 de novembro de 1888, uma insurreição liderada pelo Deodoro da Fonseca se consagrou vitoriosa e a população foi nas ruas. Patrocínio, um antigo orador, viu os populares se voltarem contra ele. Com isso, ele decide ceder e discursou apoiando essa República.
Já no dia 6 de abril ele divulga um manifesto, no seu jornal, direcionado ao mais novo presidente, redigito por alguns generais e almirantes.
O presidente Floriano decretou o estado de sítio e mandou prender José do Patrocínio, Olavo Bilac, entre alguns outros. Patrocínio foi confinado em Cucuí, localizado às margens do Rio Negro.
Após um ano, Patrocínio foi solto e retornou para o Rio de Janeiro onde manteve o seu jornal como órgão para oposição do governo Floriano.
No dia 6 de setembro de 1893, a Marinha se rebelou contra o líder Floriano, era a Revolta da Armada. Patrocínio publicou o manifesto de almirantes revoltosos.
Floriano mandou fechar o órgão de Patrocínio, chega então o fim da sua carreira como jornalista. Em 1895 o seu jornal até reabriu, mas no ano de 1902 deixa de circular de vez. Sem recursos ele se muda para uma residência simples modesta Inhaúma.
Últimos anos
Em 1903, José do Patrocínio foi convocado para fazer um discurso em uma recepção que foi oferecida para o Alberto Santos Dumont, que chegaria da França. Ele continuou escrevendo para outros jornais, de onde conseguia dinheiro para sobreviver.
Em 1905, redigiu o “Ave Rússia”, saudando uma luta de democratas contra o período do czarismo. Ao redigir um artigo para um jornal, Patrocínio mal e morreu no Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 1905.