Helene Bertha Amalie Leni Riefenstahl ou, como se tornou mais conhecida, Leni Riefenstahl, nasceu em Berlim, no dia: 22 de agosto de 1902 e faleceu em Pöcking no dia, 8 de setembro de 2003. Leni foi uma cineasta alemã, mais conhecida por seus filmes de propaganda sobre o Partido Nazista. Após o término da guerra e com a derrota do país e do Partido, Leni acabou sendo esquecida pela indústria cinematográfica e acabou trabalhando como mergulhadora e fotógrafa.
Sobre a vida de Leni Riefenstahl
Leni é filha de Alfred Theodor Paul Riefenstahl, empresário, dono de uma empresa muito prestigiada de calefação, alias, que sonhava que, até então, sua única filha, o seguisse em sua carreira e desse continuidade aos negócios da família, entretanto, sua mãe, Bertha Ida, já havia percebido os verdadeiros talentos da filha e sabia que poderia se sair muito bem no mundo do show business.
Talvez, essa percepção tenha se dado pela proximidade de mãe e filha. Enquanto o pai sonhava com a garota cuidado da empresa, a mãe percebida suas verdadeiras aptidões, algo que Leni, começou a demonstrar muito cedo.
Aos quatro anos de idade já estudava poesia e pintura. Isso sem mencionar sua paixão pelo atletismo, Leni praticou durante muitos anos ginástica olímpica e natação. E foi aos 16 anos que Leni se apaixona pelo mundo das artes de uma vez por todas.
Ao assistir A Branca de Neve, Leni soube o que queria para sua vida e começou a demonstrar o desejo de fazer balé. Seu pai, como sempre, ficou contra, preferia que a filha estudasse para uma profissão mais sólida, contudo, sua mãe, escondida de seu marido, matriculou a filha em uma escola de balé e, depois de alguns meses, Leni se tornara a estrela da companhia.
Nasce uma cineasta
Em uma entrevista um ano de seu padecimento, Leni lembrou a respeito de um dos momentos mais difíceis de sua carreira de bailarina, o momento em que sofrera uma lesão no joelho que a distanciara dos palcos. Isso afetou demais a sua vida, pelo menos, até o momento que seus olhos se viraram para uma nova forma de expressão de arte.
Leni ficou impressionada com um filme que assistiu no cinema e, depois daquele momento, começou a procurar por papéis e acabou ficando estarrecida com o leque de possibilidades que se abria diante de seus olhos.
Leni estrelou diversos filmes, entre eles, diversos de montanhas, onde podemos assistir a jovem cm muita ou pouca roupa, escalando montanhas íngremes, perigosas e descalça. Isso, pelo menos, até o momento que foi convidada para dirigir A Luz Azul, o qual aceitou prontamente.
Leni e o Partido Nazista
Segundo alguns estudiosos, Leni se tornou a responsável pela propaganda do Partido Nazista, após presenciar um dos comícios de Adolf Hitler em 1932. Leni ficou surpresa com o poder da oratório daquele homem e acabou oferecendo seus serviços de cineasta, agora, segundo outros, a história foi ao contrário, ao assistir o primeiro registro como diretora, Hitler acabou convidando a mulher para ajudá-lo.
Enfim, no ano de 1933, Leni realiza um curta-metragem sobre o Partido Nazista em um comício. Hitler gosta do trabalho da mulher e a convida para realizar outro, porém, desta vez, Leni se recusa e chegou até mesmo indicar outro nome para seu lugar.
Mas, depois de algum tempo, Leni muda de ideia e grava o documentário “O Triunfo da Vontade”. Depois vieram novos trabalhos sobre o Partido Nazista. Em 1936, Leni conseguiu se qualificar para participar das Olímpiadas, porém, recusou e preferiu filmar todo evento.
Leni e a Segunda Guerra Mundial
Ao término da Segunda Guerra Mundial, Leni acabou sendo prisioneira em um Campo de Concentração francês e acabou sendo acusada de usar prisioneiros durante as filmagens, mas, como não havia provas contra ela, acabou sendo julgada apenas como simpatizante da causa nazista.
Leni acabou ficando em evidência depois do julgamento e passou a dar diversas entrevistas onde, dizia ser ingênua politicamente, mas que acabara fascinada com o discurso de Hitler e que desconhecia todo terror por trás do Partido, porém, suas tentativas de justificativas eram consideradas ridículas pela maioria dos cidadãos.
Mesmo assim, a cineasta tentou realizar novos trabalhos, entretanto, acabou sendo boicotada e, os filmes que conseguira produzir, geralmente eram curtas bancados por si própria. Percebendo sua derrocada na sétima arte, decide se tornar fotógrafa e lança dois livros ao se interessar por uma Tribo do Sudão, Nuda. Uma curiosidade: em 2000, Leni sobreviveu a uma queda de helicóptero no Sudão.
Os últimos anos de Leni
Para completar, 80 anos, Leni passou a se dedicar à fotografia submarina e, foi através dessa nova prática que lançou seu novo filme chamado “Impressionen unter Wasser” (Impressões Subaquáticas), um documentário realizado para comemorar seu aniversário.
Apesar de ser considerada uma das últimas figuras do nazismo viva na Alemanha, Leni é considerada e reconhecida no meio da sétima arte devido algumas inovações que trouxe para as filmagens, como por exemplo, movimentos de massas, nus, diferentes formas de enquadramento, novos ângulos, entre outras particularidades.
E no ano de 2002, ao completar 100 anos, todas as acusações sobre a utilização de ciganos durante o filme “Tiefand” foram retiradas pelo fato de que todos participantes haviam sobrevivido à guerra.
E no ano seguinte, ao completar, 101 anos, a saúde de Leni passa a se deteriorar rapidamente e no dia 8 de setembro de 2003, em sua casa em Pöcking, na Alemanha, veio a falecer.
Obras
como atriz
- Tragödie im Hause Habsburg (1924)
- Der Heilige Berg (1926)
- Der Große Sprung (1927)
- Die Weiße Hölle vom Piz Palü (1929)
- Stürme über dem Mont Blanc (1930)
- Das Blaue Licht (1932)
- S.O.S. Eisberg (1933)
- Tiefland (1954)
como diretora
- Das Blaue Licht (1932)
- Der Sieg des Glaubens (1933)
- Triumph des Willens (1934)
- Tag der Freiheit – Unsere Wehrmacht (1935)
- Festliches Nürnberg (1937)
- Olympia (1936)
- Tiefland (1954)
- Impressionen unter Wasser (2002)
como fotógrafa
- The Last of the Nuba. Harper, New York, 1974.
- The People of Kau. Harper, New York, 1976.