Grande nome da Nouvelle Vague francesa, sua primeira direção venceu o Festival de Cannes. Qual é a história desse grande artista?
Quem foi François Truffaut
Truffaut veio ao mundo em Paris, no ano de 1932. Sua mãe o levou para ser criado pelos avós e ele não conheceu o pai biológico. Inclusive, sua avó foi a que mais influenciou o garoto no gosto pela literatura e pela música. Depois que ela faleceu de velhice, ele volto a morar com a mãe, que estava casada com um arquiteto chamado Roland Truffaut, daí o sobrenome.
No novo lar, nenhum dos dois adultos gostava do pequeno François. O resultado disso era um mau comportamento na escola e até mesmo pequenos furtos. Não é coincidência que essa história lembre “Os Incompreendidos”, um dos filmes mais populares dirigidos por ele, aos 27 anos.
Com 14 anos, ele desiste da escola. Nessa época ele já era bem aficionado por filmes e resolveu criar um cineclube. André Bazin, quando soube de Truffaut, resolveu ajudá-lo, virando uma espécie de guru do rapaz.
Depois de alguns conflitos, em que Bazin queria que François tivesse um emprego estável, ele finalmente aceita participar do Objectif 49, um tipo de grupo de estudo sobre o cinema que tinha participantes de prestígio, como Rosselini, Orson Welles e Godard. Em 1950, ele também começa a trabalhar como jornalista para uma revista francesa.
Sem razões conhecidas, o jovem francês tenta entrar para o Exército, mas não aguenta e volta a trabalhar escrevendo artigos, como freelancer. Com 25 anos casou-se com Madeleine Morgenstern, filha do dono de uma companhia de cinema.
Tiveram dois filhos e ele passou a ter melhores condições de trabalho. Nessa idade, Truffaut já tinha assistido 3 mil produções cinematográficas. Infelizmente, o casal permanceu unido por sete anos, já que Truffaut se apaixona por uma das atrizes de seus filmes.
Com apenas 51 anos de idade, o cineasta é diagnosticado com câncer no cérebro. No ano seguinte ele não resiste e morre na cidade natal, Paris.
Nouvelle Vague e a Política dos Autores
A “Nova Onda” foi uma estética elaborada em resposta às produções hollywoodianas, vindas de grandes estúdios. A ideia era esquecer esses filmes caros e criar longas baratos e pessoais, um “cinema de autor”. A corrente foi criada originalmente por Bazin, depois de anos de estudo sobre o cinema, e disseminada por vários outros cineastas, como Truffaut e Godard. Inclusive o movimento chegou a outros países, como é o caso da Nouvelle Vague japonesa.
Com mais de 20 filmes dirigidos, os principais temas de Truffaut foram as mulheres, a paixão e a infância. Sempre com um toque realista e não artificialmente dramático e romantizado. Nada de outro mundo, como preconizava a “Nova Onda”.
E o que era Política dos Autores? O termo significava que o diretor era o autor verdadeiro do filme, seus traços pessoais influenciavam a obra. Mas hoje esse conceito é bem polêmico, já que o cinema é geralmente uma arte coletiva, e não individual, como um livro.
Foi por confronto de visões pessoais, inclusive, que surgiu a inimizade entre Truffaut e Godard. Em 1968, houve uma manifestação de estudantes e operários de fábricas. Godard queria que adiassem a o Festival de Cannes, um evento capitalista, em respeito aos manifestantes. Já Truffaut achava que era desnecessário. Depois disso, eles começaram a criticar os filmes um do outro por meio de cartas e permaneceram brigados até a morte de Truffaut.
O portal da Aliança Francesa fez um top 5 com os filmes do diretor. Confira e conheça melhor o cineasta por meio das suas produções!