Depois desta resenha, você podem até pensar que “puxo uma sardinha” para a Editora Fundamento, mas podem ter certeza que o que irei dizer é a mais profunda verdade, não teve nenhum livro da Editora Fundamento que tive o prazer de ter em mãos para ler que seja ruim, ou melhor, que seja bom… todos foram ótimos! Desde o caprichado acabamento (cada página virada é um prazer), como na qualidade de produção e na excelência dos textos. Para vocês terem uma ideia, não consegui localizar nenhum errinho no texto, tudo bem que mal tive tempo para isso, afinal a estória estava muito boa!
Desde que li o primeiro volume da série Amanhã (Quando a Guerra Começou) foi paixão a primeira vista (veja a resenha aqui) e não estava me aguentando mais de tanta ansiedade para ler a continuação, após ler O Silêncio da Noite o sentimento é o mesmo. Concordo que achei o início deste livro foi um tanto parado, e isso se deve ao fato de ter terminado de ler o primeiro volume com uma euforia tão grande, e esperava que continuasse deste ponto. Sei que esse sentimento é um tanto injusto, afinal após terem conseguido uma grande vitória sobre as forças inimigas, nossos “amigos da força rebelde” foram obrigados a se separar de 2 membros do grupo, o sentimento de perda e desanimo deles ditaram os primeiros capítulos.
Neste livro podemos visualizar o grupo de uma forma mais real, como os adolescentes que são, com suas dúvidas, descobertas e medos comum contrastando com uma situação extrema e sem expectativas de melhoras. Ficando claro o quanto são frágeis no momento em que estão na presença de outros adultos, exatamente neste ponto que a trama consegue superar o anterior. A partir daí eu tremia, vibrava, me cansava e chorava junto com os personagens o que foi uma experiência totalmente surreal e inesperada, mas ótima!
“(…)Como é que isso estava acontecendo? Como é que podíamos estar reunidos no meio da mata com frio, com fome e apavorados, discutindo quem a gente poderia matar? Não tínhamos nenhum preparo, nenhuma experiência, nenhum conhecimento. Não tínhamos como saber se estávamos fazendo a coisa certa. Nunca. Não sabíamos de nada. Éramos apenas adolescentes comuns(…)”
Página 132
Em O Silêncio da Noite conseguimos ter uma visão mais ampla de todo o conflito, assim o autor conseguiu limpar o único ponto que estava embaçado no primeiro volume, o fato de mostrarem que a invasão estava acontecendo de forma limpa, o meu incomodo se deu em grande parte por não conseguir digerir os motivos que levaram a guerra, até me interessei em procurar saber como é a política da região (já mencionei que adoro quando um livro me faz procurar algumas informações extras?), mas no meu entendimento, guerra é sempre ruim.
“(…)Quanto mais as pessoas têm certezas das próprias crenças, mais chances têm de estar erradas. As pessoas que mais me assustam são as que tem mais certezas, que são mais radicais, as que nunca pensam que podem estar erradas nem acham que as outras pessoas podem estar certas.”
Página 159
A série Amanhã tem sido impecável ate o momento, espero que a leitura do próximo livro não tenha um intervalo tão grande quanto teve essa. Recomento o livro para todos que gostam de uma história, que gostariam de ter uma experiência única ao ler o livro, de realmente se imaginar na pele dos personagens e tentar descobrir como iria reagir em situações parecidas, ainda não tenho uma resposta para essa dúvida, só sei que tentaria fazer o possível com o que tivesse em mãos, assim como os personagens, e olha se isso não é uma ótima lição de vida?
Até a próxima pessoal, e que venha “No terceiro dia, A geada”.
Por Júnior Nascimento