São Paulo 27/4/2021 –
Segundo Associação Americana de Gastroenterologia (AGA), balões intragástricos levaram a uma maior perda de peso em estudo comparativo com outras abordagens não invasivas
Apesar de a cirurgia bariátrica e metabólica ser uma técnica consolidada e altamente eficaz no tratamento da obesidade, outras abordagens menos invasivas e também eficazes para perda de peso evoluem a cada dia. Dentre elas, está o tratamento com balão intragástrico, também conhecido como balão gástrico.
Alvo de diversos estudos ao longo das últimas décadas, o tratamento com balão, associado a outras práticas para melhora da qualidade de vida e redução de peso, tem apresentado resultados significativos na vida de pacientes. Segundo estudiosos, em média, essa alternativa pode levar a uma redução de 10% a 20% do peso total inicial.
Características do tratamento
Conforme o cirurgião bariátrico e CEO do Instituto de Medicina Sallet, Dr. José Afonso Sallet, trata-se de uma técnica temporária que consiste na introdução de uma prótese de silicone no estômago, normalmente por via endoscópica. O dispositivo é insuflado com 500 a 600 ml de líquido, que reduz a capacidade do estômago e a ingestão de alimentos, auxiliando no emagrecimento.
“Esse método abrange o universo de pacientes com sobrepeso ou algum grau de obesidade que não possuem um bom resultado no tratamento clínico e que não têm indicação cirúrgica”, diz. Segundo Sallet, pacientes que possuem uma boa condição clínica, mas que não se sentem preparados para a cirurgia ou que são superobesos e precisam sair da zona de risco cirúrgico, também são enquadrados.
Descobertas científicas
Em estudo recente, a Sociedade Americana de Gastroenterologia (AGA) lançou novas diretrizes sobre o papel terapêutico dos balões intragástricos (BIGs). De acordo com o órgão americano, esses dispositivos têm sido associados a melhorias expressivas na perda de peso, além de outros métodos convencionais de tratamento não invasivos.
O relatório mostrou que os dispositivos levaram a uma maior perda de peso em 6, 9 e 12 meses após a colocação inicial em comparação com pacientes tratados apenas com outras técnicas não invasivas. Além disso, foram vistas melhorias de anormalidades laboratoriais metabólicas e alterações positivas na trajetória de várias comorbidades relacionadas à obesidade.
Segundo o documento, “claramente, a terapia com BIG (com modificação do estilo de vida) é superior às modificações do estilo de vida sozinhas no início e na manutenção da perda de peso para os pacientes em curto prazo (pelo menos 12 meses após a colocação inicial do BIG)”.
Mercado e tendências
Em geral, o tratamento com balão intragástrico adotado em muitos países, inclusive no Brasil, é realizado de forma endoscópica e tem duração média de 6 meses. Com os avanços da medicina, entretanto, já existem novas técnicas sendo utilizadas no exterior, como o balão em cápsula, opção menos invasiva e que não precisa de sedação ou endoscopia.
“Existe uma máxima que deixa muito claro que a medicina evolui de maneira inexorável para ajudar as pessoas a resolverem seus problemas, sendo cada vez menos invasiva e as expondo ao menor risco. O balão intragástrico se enquadra muito bem nessa filosofia de tratamento”, conclui o médico-cirurgião.
Em relação ao mercado de balões intragástricos, um relatório internacional detalhado mostrou que o mercado global de balões deve crescer US$ 144,87 milhões entre 2020 e 2024, progredindo a um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 23% durante o período de previsão.
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