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A vida e Obra de Manuel Bandeira

Conheça a vida e obra de uma dos mais importantes poetas brasileiros

 

Manuel Bandeira foi um renomado poeta brasileiro, considerado um dos maiores da história do país. Ele também também foi professor e crítico de literatura, além de crítico de arte.

O seu poema mais famoso é o  “Vou-me Embora pra Pasárgada”, considerado um verdadeiro clássico. Os principais temas das suas obras são: a morte, a paixão pela vida, o erotismo, o amor, o cotidiano, a solidão e a infância. 

Muito lembrado por ter sido um dos principais representantes da primeira etapa do Modernismo no Brasil. Confira mais sobre a sua trajetória.

Infância e Juventude

Nascido no dia 19 de abril de 1886, Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho veio ao mundo em Recife, no estado de Pernambuco. Ele era filho de Francisca Ribeiro e do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira.

Ele era descendente de uma família abastada, cheia de proprietários rurais, advogados e de políticos. Seu avô por parte de mãe, Antônio José da Costa Ribeiro, por exemplo, foi citado em um dos seus poemas, “Evocação do Recife”.

A casa onde passou parte de sua infância, que ficava na Rua da União, é citada como “A cada do meu avô”. Essa obra fala um pouco de como funcionava a relação de Manuel com a sua família na infância.

Manuel Bandeira deu início aos estudos ainda em Recife, no ano de 1896, quando já tinha 10 anos. Depois, se mudou com a sua família para o estado do Rio de Janeiro, onde concluiu a fase secundarista no Colégio Pedro II.

No ano de 1903 Manuel Bandeira iniciou um curso superior na área da Arquitetura, na Escola Politécnica de São Paulo, mas como sofria de tuberculose, teve que interromper os estudos para conseguir tratar a doença.

Dez anos após esse período, ainda com a doença, se mudou para a Suíça para tentar encontrar a cura do problema, e no país europeu ficou por um ano, de 1913 até 1914, e conseguiu finalmente se livrar do problema de saúde.

Nessa época, ele conviveu com um poeta francês, que também estava internado na mesma clínica, chamado Paul Éluard, e não tinha a mínima esperança de sobreviver, conforme ele confessou depois no seu poema Pneumotórax, encontrado no livro Libertinagem.

Depois de retornar ao Brasil, começou a trabalhar como inspetor de ensino e, depois dessa fase, atuou como professor de Literatura na Universidade do Brasil.

 

Primeiros Poemas Publicados

No ano de 1917, Manuel Bandeira publicou pela primeira vez um livro seu, intitulado como “A Cinza das Horas”, com uma nítida influência Simbolista e Parnasiana. 

Nesse livro os seus poemas são tomados pelo sofrimento e também pela melancolia, como é possível ver no poema “Desencanto”. Depois de dois anos, em 1919, publicou outra obra, dessa vez com o nome “Carnaval”. Neste trabalho os poemas prenunciavam os valores de uma tendência nova que surgia na estética literária, o modernismo.

 

Primeira Fase Modernista

Manuel Bandeira conheceu Mário de Andrade no ano de 1921, e através dele conseguiu colaborar com a revista modernista Klaxon. Ele publicou o seu poema Bonheur Lyrique, e por morar no Rio de Janeiro a sua participação dentro do modernismo sempre foi a distância.

Para contribuir com a Semana da Arte Moderna em 1922, ele enviou o seu poema “Os Sapos”, que quando foi lido por Ronald de Carvalho causou um grande tumulto no Teatro Municipal, gerando gritos e vaias.

Esse poema fazia uma sátira aos princípios do parnasianismo, contendo um deboche muito agressivo direcionado à rima e à métrica dessas obras.

Manuel Bandeira foi se tornando cada vez mais engajado dentro do ideário modernista. No ano de 1924, o poeta publicou sua obra Ritmo Dissoluto. A partir de 1925, escreveu algumas crônicas para alguns jornais onde fazia críticas de música e cinema.

Em 1930, ele publicou a obra “Libertinagem”, que tinha uma boa maturidade a cerca do modernismo, onde podemos destacar os poemas: Pneumotórax, O Cacto, Evocação ao Recife, onde ele tematiza a sua infância realizando uma pequena descrição da capital pernambucana no final do século XIX, além da obra Vou-me Embora pra Pasárgada, que era um tipo de autobiografia lírica.

 

Academia Brasileira de Letras

Foi trabalhando como poeta que Manuel Bandeira conseguiu conquistar um nome importante dentro da literatura. Porém, não só com a poesia que ele trabalhou, atuando também com prosa, crônicas e com memórias.

No ano de 1938, Manuel foi nomeado como professor de literatura do Colégio Pedro II, tendo contribuído também para a educação. Além disso, o feito importante na vida de Manuel o marcou como um dos maiores escritores brasileiro: a eleição para a Academia Brasileira de Letras.

Ele foi eleito em 1940 e ocupou a cadeira n° 24. Isso fez com que o seu nome ganhasse mais projeção do que já tinha, rendendo a ele uma nomeação em 1943 para o cargo de professor de Literatura Hispano-Americana na Faculdade Nacional de Filosofia.

Manuel Bandeira morreu no dia 13 de outubro de 1968, no Rio de Janeiro. As suas poesias tinham sido reunidas, um tempo antes de sua morte, no livro Estrela da Vida Inteira, que foi publicado em 1966. 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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