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Margaret Atwood

Antes de falar sobre Margaret Atwood, deixe-me chamar sua atenção para um detalhe importante: você já parou para pensar na quantidade de séries que são lançadas atualmente? Se compararmos com alguns anos passados, veremos um aumento substancial de produções voltadas para a televisão.

Durante muito tempo, as séries de televisão precisavam dividir seu tempo de produção com outras produções, como: cinema e vídeo. Entretanto, com a evolução dos streamings e devido ao enorme sucesso de público, as produtoras viram uma oportunidade de oferecer esse tipo de conteúdo de forma mais maciça. 

 

Televisão e livros

O ano de 2020 e meados de 2021, devido a pandemia de Covid-19, os grandes estúdios abortaram todos os seus projetos e foi um período sem novidades cinematográficas. Se formos pensar nos estúdios somente como produtores de longas-metragens, poderemos assumir que tiveram um amargo prejuízo, no entanto, as séries vieram para salvar a lavoura da sétima arte.

Durante muito tempo, as produtoras foram buscar inspiração para suas obras em livros, contos, depoimentos, entre outros. Mas, e a inspiração das séries? De onde vem? Como as séries que tanto curtimos assistir nascem afinal de contas? Neste artigo, falaremos de Margaret Atwood, uma escritora canadense que já inspirou duas séries de sucesso.

Você já assistiu a série: Alias Grace? E aquela outra O Conto da Aia? Essas duas séries foram inspiradas nos livros da autora em questão. Um detalhe importante sobre Margaret Atwood, apesar de seus livros inspirarem grandes séries, isso não quer dizer que é um sucesso como autora, na verdade, podemos dizer que Margaret Atwood é uma autora da alta literatura, ou seja, apesar das séries serem populares, seus livros contam com uma linguagem mais formal, o que torna sua literatura e sua compreensão um pouco mais difíceis para quem não está acostumado a ler livros.

Caso queira conferir como é a escrita da autora, a editora Rocco foi responsável pelo lançamento de O Conto da Aia no Brasil e pode ser adquirido no site da editora ou qualquer marketplace. Atwood escreveu dez episódios da série. O livro é de 1985, mas acabou chamando atenção neste momento devido à sombra conservadora que se espalhou sobre o planeta e que teve início com a entrada de Donald Trump no poder.

Já a série Alias Grace foi inspirado no livro Vulgo Grace, que pode ser comprado pela Rocco ou pelos marketplaces da vida. A Netflix conta com a série em seu acervo. Atwood foi responsável pelo roteiro e trabalhou ao lado da diretora Sarah Polley, para levar para as telas uma história inspirada em fatos reais. No livro, você conhece Grace Marks, uma mulher que foi acusada pela morte de seu patrão e de sua amante, no início do século 19.

Claro que existe o olhar peculiar da autora sobre todo o acontecimento, e por isso, podemos observar um pouco de alguns elementos que fazem parte do universo de O Conto da Aia em Alias Grace, como por exemplo, a repressão à mulher, discriminação de gênero e violência sexual.

 

Um pouco mais sobre Margaret Atwood

 

Além de escritora dessas duas séries de sucesso, Atwood também é romancista, contista, escritora de livros infantis, poeta e ensaísta. Algo em comum em suas obras é o fato de serem ficções cientificas, no entanto, focado no mundo social, ou seja, uma ficção cientifica social, termo criado e cunhado para designer os trabalhos da autora.

Suas personagens sempre estão enfrentando situações opressivas e ofensivas, buscando a superação de seus obstáculos, mas claro, nem sempre com facilidade, por que, no universo criado por Margaret Atwood, toda grande conquista vem após um longo esforço. Caso queira conhecer outros livros da autora que sigam essa temática, procure: A vida antes do homem e Madame Oráculo. 

Mas nem só de superação alimenta-se as obras dessa autora. Você pode conhecer uma faceta diferente em sua coleção de contos, chamado Dicas da Imensidão.

Em todas suas obras, nos livros de Margaret Atwood, sempre terá uma mulher como protagonista, até mesmo quando o narrador do livro é um homem, como podemos comprovar em Dançarinas, livro em que os homens narram histórias sobre solidão, dores, perseverança e todas, vividas por mulheres.

 

Margaret Atwood – um símbolo do feminismo atual

 

Devido ao conteúdo de suas obras, podemos dizer que Margaret Atwood é considerada um símbolo feminino de nosso tempo, claro que ela resiste à alcunha, no entanto, ela está sempre envolvida com assuntos que giram em torno do universo feminino.

Margaret é completamente aversa a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens, e também, defende o direito daquelas que preferem escolher dedicar suas vidas ao lar. Isso é algo que podemos ver claramente, Atwood é extremamente ativa em sua conta do Twitter e, entre suas mensagens estão: defesa feminina, meio ambiente e atacar Donald Trump.

Sobre suas histórias, Margaret em entrevista para Emma Watson, revela que só escreve algo quando aquilo realmente aconteceu em algum lugar ou momento, ou seja, a autora busca dramas reais para levar aos seus livros, experiências mais relevantes e mais próximas de nossa realidade e, infelizmente, algumas situações que trafegam nas entrelinhas de suas histórias, acontecem até hoje.

 

 

Assinatura

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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