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Os Sete de Chicago

Mais uma produção original da Netflix que está vindo para nos surpreender, Os Sete de Chicago, um filme inspirado em protestos ocorridos em 1968, mas que, infelizmente, parece inspirado nos dias de hoje. 

Como mencionado, o filme foi inspirado em uma história real que aconteceu nos Estados Unidos durante um protesto pacífico na Convenção Nacional do Partido Democrata, mas que, acabou se tornando um dos maiores e mais violentos confrontos entre a Polícia e a Guarda Nacional.

Esse acontecimento, levou oito pessoas a serem acusadas pelos tribunais dos Estados Unidos por incitação à revolta, conspiração, entre outras denúncias relacionadas aos protestos que aconteceram na cidade de Chicago.

Um dos primeiros destaques da obra em questão é a montagem. Um trabalho fantástico devido ao intercalamento das falas dos protagonistas sem atropelos e ainda, sem nenhum erro. Outro destaque, são as cenas reais do fato em si com as produzidas para o filme, serem inseridas ao longo do filme.

Essas jogadas e intercalações, convida, ou melhor, arremessa o espectador para um mergulho de cabeças através da gravidade e veracidade dos fatos que vão se descorrendo conforme minutos tensos vão se arrastando pelo relógio.

Outro ponto positivo para o longa, é a maneira organizada e bem estrutura que apresenta seus protagonistas durante o julgamento, suas motivações e o que realmente aconteceu. Falando em bom gosto e refinamento, o roteiro deste trabalho demorou nada mais nada menos que dez anos para ficar pronto, ou seja, Aaron Sorkin, não escreveu um roteiro, mas sim esculpiu uma obra de arte.

Devido a atual situação que vivemos, protestos entre outros fatos e, levando em consideração o teor de Os Sete de Chicago, é um filme que pode estar na lista de premiações do Oscar. Apesar que, como dizem: um texto bom, sem atores bons pode colocar tudo a perder, porém, não é o que acontece no longa.

Entre os grandes atores que trabalham no filme, estão: Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong, Eddie Redmayne, Yahia Abdul-Mateen II e Mark Rylance. Como disse, bons atores são necessários, ainda mais quando trabalham em um filme onde personas distintas e contraditórias se chocam, entretanto, encontram um bem comum para unirem suas forças e suas opiniões.

Claro que não poderíamos deixar de falar na direção da obra que, foi conduzida por Aaron Sorkin. O diretor conseguiu um grande feito em saber exatamente como destacar os protagonistas, mas sem se distanciar dos ambientes e isso é algo extraordinário, vale lembrar que uma grande parte do filme se passa no tribunal.

Através de sua lente e de sua sensibilidade, Sorkin, criou uma das cenas mais brutais da obra, momento em que envolve Yahya Abdul-Mateen II ao trabalhar em uma cena tão realista e brutal que, quem assiste, se sente impotente mediante tamanha atrocidade. E o melhor, a cena foi filmada com tanto primor técnico que, provavelmente, garantirá uma indicação pela direção de Sorkin, algo extremamente possível, ainda mais em um ano sem lançamentos de cinema.

Se vale a pena assistir Os 7 de Chicago? Com certeza, cada segundo de seus 120 minutos de duração. Como dito acima, além de atores brilhantes, contamos com um roteiro magistralmente escrito e com uma direção que amarra todos os profissionais envolvidos em um filme em prol de uma obra de arte. 

Assinatura

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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