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Capitão Fantástico

Capitão Fantástico não é como muitos filmes que vemos por aí! Caso não tenha assistido, prepare-se para uma história arrebatadora e muito diferente. Neste filme acompanhamos a vida da família Cash, que defende um modo de viver nada ortodoxo.

Mas, existe qualidade… E como! Apesar de ter passado despercebido pelos cinemas, Capitão Fantástico deu um show nos festivais de cinema e ainda garantiu a indicação de Viggo Mortensen à categoria de Melhor Ator. E isto é sinal claro de sua boa atuação.

Bora lá… A família Cash vive reclusa em uma espécie de Eden, oculto dos olhos da maior parte da sociedade. É lá que Ben e Lily educam seus filhos da melhor maneira possível, logicamente, aplicando outros valores bem diferentes da sociedade a que estamos acostumados. 

Não acompanhamos todo o desenvolvimento das crianças, porém, dá para entender que receberam uma educação esmerada e com profundidade, além de adotarem costumes extremamente importantes, como por exemplo: ler em volta da fogueira, caçar o próprio alimento, entre outras coisas.

E assim viviam felizes para sempre, pelo menos, até um incidente tirar o chão da família feliz. Lily, devido aos seus problemas psicológicos, acaba falecendo e a família Cash parte para uma viagem para marcar presença no funeral da mãe, algo dispensável segundo o avô das crianças e pai de Lily, que culpa Ben pela morte da filha.

Neste ponto, acompanhamos a família Cash e todos os problemas que vão acontecendo enquanto tentam chegar para o enterro de Lily. As crianças começam a ver o mundo com outros olhos, enquanto o avô, tenta, de alguma forma, mostrar o quanto aquele tipo de vida é nocivo para seus únicos netos.

Algo que, se formos avaliar perante as experiências vividas pela família durante a viagem, percebemos uma grande educação e inteligência nos filhos, no entanto, pouco jeito em interagir com outras pessoas. Apesar de belo, este fato traz ao filme uma leve vertente cômica que faz o telespectador repensar naquele aparente e perfeito estilo de vida.

Este é um tipo de filme que remonta pensamentos filosóficos, como por exemplo: República de Platão. Como disse, durante o filme, enquanto a família Cash interage entre si, percebemos que é realmente uma vida aparentemente perfeita, no entanto, quando passam a conviver com outras pessoas, percebemos o quanto os métodos de Ben podem ter sido equivocados.

Algo que acaba culminando nas atitudes revoltadas de um dos filhos que não aceita tais métodos, enquanto os demais, aparentemente, parecem concordar, mas de uma maneira completamente velada. E, é por esta e outras sensações que torna Capitão Fantástico uma obra prima do estilo indie.

As paisagens são exuberantes, porém, algo que é preciso destacar é o trabalho do diretor e a interpretação perfeita de Viggo Mortensen — que dá um show como Ben. Quanto às crianças… Suas atuações estão à altura do personagem que interpreta o pai família, e dão uma aula de interpretação e talento!

Apesar desses pontos fortes, uma família que vive de uma forma tão pitoresca só podia contar com um discurso completamente natural e por isso, um ponto negativo do filme é a repetição e a clareza em muitas ocasiões da negação ao capitalismo americano. Tirando esse batimento que, chega a se tornar apelativo, ainda mais perante o rico antagonista do filme, a posição contra tal sistema fica ainda mais evidente.

Mesmo assim, Capitão Fantástico é um filme que merece ser assistido e refletido, é aquele tipo de trabalho que não visa apenas entreter, mas dar algo para o telespectador pensar. E, quanto ao título, é evidente que Ben é o Capitão Fantástico, no entanto, se formos avaliar todas suas atitudes, não estaremos diante de um capitão, mas de um individuo fantástico.

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Colaborador Beco das Palavras
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