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Mais Um Ícone da Literatura Espanhola: Javier Marías

O escritor espanhol Javier Marías carrega um talento muito influenciado por nomes como Shakespeare e outros ingleses. Confira sua história e qual é a sua obra-prima.

 

Javier Marías Franco nasceu na Espanha de 1951, em Madrid. Tem quatro irmãos e viveu parte de sua meninice nos Estados Unidos, já que seu pai ensinava Filosofia e trabalhava na Universidade de Yale e na de Wellesley. 

 

Conhecendo Javier Marías

Javier cresceu consumindo muitos livros ingleses. Na vida adulta, ele se formou em Letras pela Universidade Complutense de Madrid e se especializou em Filologia, que é a ciência dos idiomas; sempre estudando escritores ingleses. 

Começou a trabalhar como tradutor, professor e roteirista no país. Seu pai foi perseguido durante a ditadura Franquista, por isso também, se mudou para os EUA; ele faleceu em 2005, quando Javier tinha 54 anos. Em sua estadia no país norte-americano, Marías acabou morando no mesmo prédio que Vladimir Nabokov.

Na adolescência ele tinha muitos amigos mais velhos, como o vencedor do Nobel espanhol Vicente Aleixandre e o escritor e engenheiro Juan Benet. Isso se reflete nos seus livros: onde constantemente é possível encontrar homens sensíveis, mentores. Um dos eventos mais emblemáticos de sua biografia foi aos 17 anos, quando ele fugiu escondido para a França e foi viver com seu tio cineasta, Jesús Franco. Foi aí que ele escreveu sua primeira novela ”Los Dominios del Lobo”.

 

Dia a dia de Marías

Embora o autor não tenha uma vida agitada, com muitos relacionamentos amorosos e casamentos no histórico — sendo visto até como uma pessoa fria pelos colegas de trabalho, ele declara que não era “nenhum monstrinho nerd na escola que só lia Goethe”. Javier até gosta de futebol e torce para o Real Madrid.

Aos 26 anos ele namorava Yanes, que era uma amiga da faculdade. Segundo ela, eles iam a discotecas, passavam horas e horas conversando (inclusive sobre Segunda Guerra Mundial, um tópico de mútuo interesse dos dois) e mal dormiam. Pelo seu relato, Javier, desde jovem, é cheio de conteúdo e paixões. Yanes também conta que Marías não tem um jeito de espanhol, mas de inglês; por conversar em baixo tom de voz e ter um humor tipicamente britânico. 

Hoje o autor basicamente vive sozinho em um apartamento na praça principal de Madrid, tem escrito poucos livros, mas é colunista do El País. Ele é um dos mais importantes autores da Espanha e é membro da Real Academia Espanhola.

 

“O Teu Rosto Amanhã”

Esse é o título da melhor obra de Javier, publicada entre 2002 e 2007. O romance é uma trilogia: “Febre e Lança”, “Dança e Sonho” e “Veneno e Sombra e Adeus” que, em formato de thriller, apresenta Jaime Deza, um rapaz que estava em Madrid, mas retorna à Universidade de Oxford, onde dava aulas. 

Ele conhece um docete mais velho (inspirado em um ex-professor de Javier, Peter Russell) que o auxilia a descobrir que possui uma habilidade peculiar: ler consciências e prever o futuro das pessoas — ou ainda, “como serão os rostos de amanhã”.

A história também retrata a Guerra Civil Espanhola, as intimidades no casamento de Jaime, serviços secretos da Inglaterra e da Rússia, Margaret Thatcher e questões sobre a natureza do homem; tudo isso em jogo fenomenal entre passado e presente. “O Teu Rosto Amanhã” é considerado inclusive, por alguns críticos, como o melhor romance da década de 2010.

Para quem ainda não conhece a escrita de Javier, clique aqui e leia na íntegra um texto redigido sobre um escritor que, muito provavelmente, ele estudou a fundo na academia e já o citou mais do que o próprio Cervantes: William Shakespeare.

 

 

Colaborador Beco das Palavras
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