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Casablanca – clássicos dos clássicos

Se você é daquelas pessoas que curtem um filme clássico e ainda não se deliciou com Casablanca. Fica aqui a dica. Você não pode ficar de fora dessa produção de 1942 que encantou o mundo com sua história de amor, atuações marcantes e com uma trilha sonora imortal.

 

Apesar do grande sucesso e de ser um dos poucos clássicos que continuam sendo produzidos e vendidos pela empresa que detem seus direitos (Warner). Podemos dizer que Casablanca é um clássico que foi trazido ao mundo quase no susto. 

Casablanca não foi apenas gravado as pressas, como também, tudo por trás do filme foi sendo trabalhado de uma maneira alucinante, para você ter uma ideia da complexidade do negócio… Geralmente o roteiro é a primeira peça de um filme, não é verdade? Pois é, o roteiro de Casablanca foi sendo trabalhado durante as gravações.

Com todos esses problemas e correrias, Casablanca tinha tudo para ser apenas mais uma produção da Sétima Arte, no entanto, com o passar dos anos foi assumindo o posto de clássico e até mesmo alguns cinéfilos, dizem se tratar do primeiro filme noir. Além disso, ele representa a época de ouro de Hollywood, foi uma produção rodada inteiramente nos estúdios da Warner em Los Angeles.

O filme se passa em pleno momento delicado da Segunda Guerra Mundial e, lembrando, a Segunda Guerra não foi apenas retratada no filme, mas ela acontecia de verdade mesmo! Por isso, podemos encontrar elementos no filme, como: espiões internacionais, agentes secretos, milícias e, para fechar o cerco com chave de ouro, amantes condenados à tristeza.

E apesar da correria da produção e da realização do filme e até mesmo do roteiro escrito velozmente, Casablanca conquistou três estatuetas do Oscar e uma delas, foi por Melhor Filme, ou seja, se não assistiu, o filme realmente vale a pena ser assistido e apreciado por todo cinéfilo que se preze.

 

Michael Curtiz e Casablanca

 

Os executivos da Warner sabiam que estavam com uma obra de sucesso nas mãos e que precisam de um diretor talentoso e experiente para reunir todas as ideias e transportá-las para a telona. Michael Curtiz, foi o diretor escolhido para transformar o projeto em realidade e, detalhe, o diretor foi convidado por ninguém menos que Jack L. Warner (um dos grandes chefões da Warner Bros.)

Os filmes anteriores de Curtiz haviam chamado atenção devido à qualidade e sucesso, tais como: O Capitão Blood de 1935 e As Aventuras de Robin Hood de 1938. Jack Warner, precisava colocar alguma coisa em cartaz para representar os estúdios no circuito americano e sem pensar nas consequências ou, pensando e arriscando todas suas fichas, deu o pontapé inicial para o início das gravações. 

Até mesmo os atores para darem vida às personagens foram escolhidos às pressas, Humphrey Bogart havia finalizado O Falcão Maltês no anterior e, Ingrid Bergman, era apenas uma atriz sueca que estava acabando de pisar em solo americano. Um detalhe que merece ser destacado é: Ingrid era mais alta que Bogart, o que forçou o ator a calçar sapatos que o deixavam maior nas cenas em que os dois estavam de pé. 

Bogart e Bergman chamaram atenção dos americanos por causa da química perfeita que haviam entre eles, contudo, estranhamente, essa química que tanto chamou atenção só foi atingida em sua máxima capacidade em Casablanca, já nos demais filmes, sequer chamaram atenção da mesma forma que aconteceu em Casablanca. 

 

Um pouco mais sobre o filme

 

Bogart interpreta Rick, um americano que deixou seu país para viver em Marrocos, especificamente, em Casablanca. Apesar do mundo estar se dividindo em plenos anos 40 entre aliados e forças do eixo, Rick prefere seguir sua vida a parte das contendas políticas. 

A Europa se encontra fechada por causa da invasão nazista e só existe uma forma de escapar com segurança e voltar para a América. Para isso, é preciso atravessar o Mediterrâneo e seguir para Casablanca, de onde sai um voo que leva somente aqueles que tenham passe livre até Portugal, que se encontra distante do poderio alemão. 

Durante esse período tenso, duas pessoas que contam com documentos que lhe permitem regressar à América são assassinados e os documentos… Acabam se perdendo. Quer dizer, para aqueles que não estão em uma posição privilegiada em Casablanca. Rick estabeleceu-se confortavelmente em Casablanca e sua vida seguia tranquilamente, pelo menos até surgir um amor do passado acompanhado pelo marido, um dos homens mais procurados pelos alemães.

Rick se vê com duas vidas em suas mãos, em uma, o marido da mulher que foi apaixonado, e na outra, a própria mulher que foi apaixonado e que o deixou no momento mais grandioso do amor que sentia por ela em Paris.

 

Independente dos percalços ocorridos durante a produção

 

Independente da correria e da tensão que rondou os estúdios da Warner quanto à produção de Casablanca, é um filme que teve um resultado extremamente positivo. Por isso, Casablanca é considerado por alguns críticos como o filme perfeito em todos os sentidos.

Nele podemos encontrar o amor proibido, uma mulher de futuro incerto, um herói que segue a contramão dos clichês, um mocinho que representa tudo que existe de correto no mundo, mesmo assim, que recebe uma torcida negativa para deixar o caminho aberto para as duas mais tocantes personagens. 

Além de uma série de vilões complexos que vão surgindo e temperando cada vez mais a película, Casablanca também chama atenção pelo seu visual exótico de uma terra distante, algo que, os estúdios da Warner fizeram com tão pouco tempo e tão perfeito. O filme é repleto de reviravoltas que deixa o telespectador ainda mais afoito pelos resultados finais da trama.

Casablanca foi indicado a oito prêmios da Academia, porém,  só levou três estatuetas, entre elas, o de melhor roteiro e direção. Entretanto, não foi pelos prêmios que Casablanca foi se tornando um clássico e até mesmo um marco de um estilo cinematográfico, mas sim, pelo fato de seguir crescendo até mesmo fora das telonas.

 

Colaborador Beco das Palavras
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