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Amor Cruel

Eu gosto muito de ler livros que retratam uma vida, um drama, uma história real, infelizmente essa não é uma das boas histórias para se ler. O drama vivido por Maria José é cruel e desumano, ao ler sobre sua história sentimos um aperto enorme no coração, uma revolta, nos sentimos impotentes diante da maldade que algumas pessoas possuem.

Maria José, espanhola, advogada bem sucedida que se sente só resolve apelar para a tecnologia com a intenção de encontrar sua alma gêmea e assim ela acaba conhecendo Peter Innes, após um romance meteórico engravida e casa. Até esse momento o relacionamento era perfeito, pelo menos para Maria, até que após algum tempo de casado ela resolve telefonar para o local onde supostamente o marido trabalhava, ou melhor, era dono, e descobre que o mesmo não passava de um estagiário que havia perdido o emprego. Quando resolveu enfrentar o marido para descobrir a verdade, apanhou pela primeira vez.

Comum em casos de violência doméstica, após algum tempo o marido, arrependido pede perdão e aparentemente tudo volta ao normal, com o passar do tempo, e após ocorrer algumas outras coisas Maria percebe que seu casamento não tem mais futuro e ambos entram com um processo de anulação do matrimonio.

Durante o processo, Maria volta a Espanha com sua filha e Peter a acusa de não solicitar a autorização dele para tal (mesmo isso tendo sido feito, segundo Maria), desta forma, Maria é acusada de sequestrar sua própria filha e a guarda da criança é passada para o pai, nos Estados Unidos. Enquanto isso, Maria descobre que o marido a estava envenenando, devido a isso acabou desenvolvendo um câncer no pâncreas, que precisou ser operado, teve o baço extraído e perdeu as funções da tireoide.

Sem auxilio de seu país, Maria acabou sendo presa nos Estados Unidos, condenada a 14 anos de prisão por sequestro. Sua filha continua na Espanha com seus pais aguardando o desenrolar do processo. Maria foi libertada em 2017.

Não constumo colocar muito sobre a história em minhas resenhas, mas essa eu simplesmente tive que fazer diferente. Entretanto, devo alertá-los que o livro em sí é extremamente romantizado e tendensioso, em nenhum momento tivemos a oportunidade de conhecer o outro lado da história. Ao fazer alguma pesquisa sobre a mesma, fica claro que os pontos abordados por Maria realmente aconteceu, mas durante toda a leitura a ausencia de relatos da outra parte interessada realmente causou incômodo.

Outro ponto que deve ser abordado sobre o livro é que a história por ser densa e complexa, a princípio não me prendeu. A autora não soube, apesar de romancear a história, colocar um certo carisma pela protagonista, pelo menos na primeira parte da obra. Posso afirmar que essa empatia pelo caso só consegui ter após ler noticias sobre o mesmo, o que confesso ser estranho.

Mesmo com esses problemas que encontrei durante a leitura, a história em si se sustenta, o livro é realmente emocionante e espero que esse caso reja resolvido o quanto antes. Confira abaixo o video da condenação de Maria Jose Carrascosa e alguns links sobre o caso.

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

12 thoughts on “Amor Cruel

  1. Não gosto de histórias assim onde um personagem é injustiçado. Certamente é um livro que não comprarei. Gosto de dramas, mas não de injustiças.

  2. Só por curiosidade, nacionalidade da autora?
    Vi aqui na internet que é espanhola. Não me dou com autores espanhóis (já li dois que me decepcionaram, livros deixaram a desejar), e somente um li e gostei, Carlos Ruiz Zafón, e esse eu indico.

  3. O livro eh baseado em uma historia real, e como a biografada eh espanhola a autora tbm. Para tirar esse gosto ruim de espanhois, sugiro Rosa Montero, a leitura dela eh muito boa e fluia, resenhamos aqui historias de mulheres, dela.

  4. Nossa, eu adorei o livro dela (embora nao seja literatura mas um livro de ensaios).

    qual o tipo de leitura voce prefere? talvez tenha errado no genero.

  5. Os piores livros, O Mistério da Cripta Amaldiçoada (Eduardo Mendoza) e Te Tratarei Como Uma Rainha (Rosa Montero). Daqui o meu desgosto com autores espanhóis, com exceção de Carlos Ruiz Zafón, que já li quatro livros, o primeiro As Luzes de Setembro, li e reli. Aliás, li e reli Marina, O Principe da Névoa e o Palácio da Meia Noite.
    Abraços.

  6. Variados, dramas familiares, chick-lit, suspenses, ficção, romances (que eu não buscava como primeira alternativa), mistério policial, e vai. Se for bom devoro. Em 2016 foram 57 livros, 2017 70, e este já estou em 52.

  7. ja leu sobre meninos e lobos? Foi um livro que me deixou impressionada, suspense policial imperdivel.

    Zafon acaba de lancar um livro novo tambem.

    Eu particularmente gosto dos russos e tenho voltado a leitura dos classicos, muitos li pelos classicos da penguim, que sao otimos.

  8. Não, não li. Tenho uma lista de livros no meu leitor digital para ler, e ontem terminei de ler o e-book Perto O Bastante Para Tocar, de Colleen Oakley.

  9. Procure ele, tenho certeza que vai gostar.

    Não tenho lido tanto quanto antes (também lia muito antigamente), mas estou em um momento que busco literaturas mais demoradas e mais qualidade na leitura (não quero chegar a ter estafa mental por excesso de leitura como tive anteriormente e ter outros projetos paralelos também). Mas sei como é essa sede de ler tudo que é possível, é uma fase que descobrimos o que realmente gostamos e ler, e percebemos quais nossas preferências.

    Abraços.

  10. Até 2015 lia uns quatro, cinco livros por ano, mas a partir de 2016 comecei a ler bastante, mas tem meses agora que começa o mês e penso, ‘bah, tenho que ler’, ler pelo menos um, e venho cansando, mas quando chega no final do mês percebo que li quatro ou cinco livros. Nada de biografia, religião, técnico, político, terror, meu tipo de livro são os citados no comentário anterior, mas muitos comprados, e-books, fiquei pelo caminho.

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