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A Morte de Ivan Ilitch

Por meio de exímia editoração e perfeito trabalho de edição, a Editora Amarilys nos trás “A Morte de Iván Ilitch e outras histórias”, livro composto por quatro obras do célebre autor russo Lev Tolstói. Autor caracterizado por possuir um estilo simples e poético, Tolstói é um dos grandes nomes da literatura russa, sendo o fundador do “tolstoísmo”, sua doutrina própria que tem como fundamento e aspecto central a característica do escritor-moralista.

A novela que intitula o livro e que está presente em seu início é “A Morte de Iván Ilitch” e foi escrita em 1886. Nela são narrados, em um momento póstumo, fatos da vida de Iván Ilitch, advogado aparentemente bem sucedido e bem-casado. Entretanto, o que se descobrirá posteriormente, será a verdadeira frialdade do ser humano perante o sofrimento alheio. Enquanto Ivan Ilitch definha, por uma doença não diagnosticada precisamente, sua família dá atenção à assuntos diversos. O grande trunfo de Tolstói é o sublime final desta novela, que consegue nos surpreender e emocionar.

“Iván Ilitch ouviu essas palavras e repetiu-as na sua alma. ‘Acabou-se a morte’, disse consigo mesmo. ‘Ela não existe mais.’” – Página 104.

Abrangendo um tema mais social, em “Senhor e servo”, novela escrita em 1895, Tolstói nos apresenta a relação entre Vassili, um senhor rico e dono de terras, e Nikita, pobre camponês que serve fielmente a Vassili. Devido à ânsia de fechar um ótimo negócio, Vassili decide viajar numa noite nevada. Nikita, incumbido pela esposa de Vassili para acompanhá-lo até seu destino, o faz de bom grado. No entanto, essa viagem acabará sendo muito mais dura do que o imaginado, chegando ao ponto de tornar-se uma verdadeira prova de fogo para ambos os envolvidos, onde haverão sérias dúvidas sobre seus respectivos passados e a possibilidade ou não de futuro.

“Enrolada no xale até a cabeça, de modo que só seus olhos estavam visíveis, grávida, pálida e magra, a mulher de Vassili Andrêitch despedia-se dele no vestíbulo.” – Página 113.

Por sua vez, em “O Prisioneiro do Cáucaso”, novela escrita em 1872, vemos as provações de Jílin, soldado que, à caminho de uma visita à sua avó moribunda, é prezo e mantido em cativeiro pelos Tártaros. Devido a tal acontecimento, Jílin é vendido como escravo, e acaba tendo que sobreviver com poucas provisões e muito sofrimento. Entretanto, Jílin demonstra-nos a importante lição: faça o bem, que com o bem serás pago. Desta forma, mesmo enfrentando toda a sorte de dificuldades, Jílin as superas.

“Olhou para cima: as estrelas brilhavam alto no céu e, na boca da fossa, brilhavam os olhos de Dina, quais olhos de gato.” – Página 214

Findando o livro, encontra-se o conto “Deus vê a verdade, mas custa a revelar”, escrito no ano de 1872. Nele,conhecemos Aksiónov, honesto comerciante que, certo dia, durante uma viagem de trabalho, é acusado da morte de outro comerciante, o qual dormia consigo no mesmo quarto. Depois de revistado, e constatada a presença da arma do crime – uma faca – na bolsa de Aksiónov, ele é levado para a prisão e lá permanece durante muito tempo. Entretanto essa situação acaba abalando-se com a chegada de Macar Semiónitch, um condenado que guarda consigo um segredo.

“Aksiónov foi condenado ao castigo dos açoites e ao desterro com trabalhos forçados. E assim foi feito. Ele foi chicoteado; depois, quando as feridas causadas pela chibata cicatrizaram, foi banido para a Sibéria, com outros condenados às galés.” – Página 225

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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