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A Sete Palmos

Para aqueles que são, assim como eu, amantes do gênero do suspense e do horror, “A Sete Palmos” é um prato cheio, com histórias incríveis recheadas com o medo, o desconhecido e o absurdo. Se você não é um fã do gênero, indico a leitura assim mesmo, aposto que você passará a ser um fã, muito antes de virar a última página desta magnífica obra. São sete contos assustadores, possivelmente retirados de algum caixão que estivera enterrado sob sete palmos de terra fofa e úmida.

O que você faria se tivesse o dom da premonição, se soubesse antecipadamente como uma pessoa morrerá? Tornar-se-ia um herói, salvando esses indivíduos de seus horrorosos destinos? Mas e se, mesmo sabendo tudo isso, você não pudesse fazer nada para mudar. Você ainda chamaria a premonição de dom, ou ela seria uma “Maldição”? É em meio a todas essas dúvidas que Marlon encontra-se no primeiro conto do livro.
Roberval, por seu lado, acabara de se mudar para uma pacata e pequena cidade do Paraná que se encontra em plena época de campanha eleitoral. A oferta de trabalho parece ser boa, a cidade parece agradável e aconchegante, tudo parece ir bem e o pastor Gomide e o tenente Jackson o recebem amigavelmente. Entretanto, pouco tempo depois, Roberval percebe olhares mal-intencionados dos habitantes da cidade. E nada o faz tirar da cabeça uma má impressão sobre a intrigante CAICO – Comissão Administrativa de Integrantes da Comunidade. Pois “Os Alastores da Vila Ressureição” fazem parte da CAICO.

Em “Emancipação da Alma” você encontrar-se-á diante da pergunta: Qual é o limite entre o sonho e a vigília? E essa é a profunda dúvida de Jack, cujas respostas indizíveis auterarão todo o seu futuro. Acordado à noite por três estranhos invasores, no intuito de defender sua vida, ele descobrirá que nada é o que parece ser, e que suas atitudes podem ter consequências gravíssimas.

Tércio está jogando poker com seus amigos em uma bela noite de verão. Com um ótimo jogo em mãos, tudo indica que ele ganhará uma magnífica aposta. Entretanto, um som chama a atenção dos competidores para algo no exterior da casa. Um buraco em uma das paredes, o desaparecimento de Lana, esposa de Tércio, e uma estranha e espessa poeira são tudo o que eles encontram. Entretanto, Lana não será a única a desaparecer. O “Pavor” será espalhado, pois coisas estranhas não deixarão de acontecer.

Um acidente de avião. Por incrível que pareça, um sobrevivente. Um mortal ferimento indica sua morte aproximando-se. Há uma solução? Sim! Um pacto com o diabo salva Abel e sua esposa Shaiane. Entretanto, como todos sabem, há sempre um preço à pagar, e “Trinta Dias” é o prazo para o acerto de contas. Agora resta apenas a terrível e torturante espera para algo extremamente assustador.

Baseado em um conto de Stephen King, escritor americano considerado o mestre do horror e da fantasia. Uma neblina assola uma cidade fazendo com que alguns sobreviventes ilhem-se dentro de um claustrofóbico supermercado. Mas não é uma neblina comum. Possui um poder assustador e mortal que fará com que Narciso se pergunte se um dia ainda verá novamente o sol brilhando normalmente, e não aquele “Sol de vidro”, ofuscado por aquela densa e tétrica névoa.

E por fim, nada do que o maravilho amor entre “Sonari & Rose”. O primeiro é um sargento aposentado e sua principal amante e companheira é Rose, uma pistola Taurus .40. Ambos combaterão a marginalidade incontrolável que, aos olhos de Sonari, não para de subir na cidade de Curitiba.

São essas sete histórias que constituem “A Sete Palmos”. Um outro ponto extremamente interessante são as notas escritas ao final do livro, onde o próprio Waldick Garrett nos elucida algumas dúvidas sobre os contos e nos conta curiosidades sobre o mesmo.

Por fim, esse belo livro está ai para mostrar que há excelentes escritores entre nós. De vez em quando vale muito à pena deixar de seguir a modinha dos Best-sellers da The New York Times e dar uma chance a esses grandes nomes da nossa atual literatura.

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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