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Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures)

Ser mulher não é fácil. Somos tratadas como inferiores por alguns, que acreditam que não temos a mesma capacidade de executar tarefas como os homens. Ser mulher e negra é algo muito mais difícil.

Imagine ser uma mulher negra, nos anos 60 nos EUA, no auge da segregação racial. Viver em um local onde ser racista não era crime não facilita em nada  a vida das mulheres negras. A segregação não permitia que os negros utilizassem os mesmos locais que os brancos. Banheiros, escolas, igrejas não eram compartilhados. Onibus, trens e repartições públicas possuiam uma área exclusiva para negros, e eles não podiam sentar ou entrar na área reservada aos brancos (geralmente maior, mais confortavel e com as melhores condições). 

Em Hidden Figures se fala sobre como as mulheres negras eram inteligentes e esforçadas. Algumas sabiam mais que seus superiores brancos, mas a cor de sua pele não as permitia estar nas mesmas condições de hierarquia que os brancos. Com três personagens chaves, o filme mostra tres pontos de vistas de situações diferentes que cad auma passa dentro da Nasa durante a corrida espacial que travavam com a Rússia.

Embora as situações das três sejam diferentes, ao mesmo tempo são iguais. Não ter a função que merece, usar banheiros que ficam do outro lado da empresa e levar quase uma hora para se deslocar e sequer beber o mesmo café que os demais colegas de trabalho são algumas das lutas que essas três vivem e compartilham no filme.

Existem dois momentos que mostram como era a vida delas naquela época. Quando uma personagem é questionada sobre se tornar engenheira espacial, ela argumenta que ser negra nao a permite. Ela então recebe a seguinte pergunta: “se você fosse branca poderia ser engenheira”, sua reposta foi curta e clara: “se fosse branca eu já seria uma engenheira”. Outra personagem é formada em matematica por uma grande universidade, que foi aceita por ser superdotada. No entanto, seu papel na Nasa é meramente de checar os cálculos e fazer pequenos relatórios para os engenheiros que trabalham lá (e não aceitam suas correções).

O filme mostra a superação dessas mulheres, mas acima de tudo, nos lembra da luta diária que as mulheres negras passam. se para nós mulheres brancas já é dificil conquistar um espaço, para as negras é ainda mais difícil. Não nos esqueçamos disso.

 

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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