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Cisne Negro

Comecei a assistir ao filme Black Swan [2010] (Cisne Negro) despretensiosamente. Não havia lido crítica alguma a respeito, e apenas soube que era do diretor Darren Aronofsky, quando os créditos foram aparecerendo. A partir desse momento, me ajeitei na cadeira e passei a prestar atenção em cada detalhe, e quantos não são.
Não consigo encontrar melhor comentário que o já feito pela crítica, que li logo em seguida: definitivamente, é um “thriller psicológico” que vai deixar o expectador inquieto do começo ao fim; além do que, é impossível não buscar referências em outras obras do mesmo diretor, como o clássico Réquiem Para um Sonho [2000].

Trata-se de um jogo de interesse e manipulação entre as bailarinas Nina Sayers (Natalie Portman), e sua rival e paradoxal amiga, Lilly (Mila Kunis), que disputam o papel principal na peça O Lago dos Cisnes, na abertura da temporada de ballet de Nova York. A história se desenrola num contexto envolvendo realidade, alucinação, paixão e obsessão.

Como pano de fundo, sua mãe (Barbara Hershey) alimenta seus próprios sonhos na vida filha, e o diretor da companhia (Vincent Cassel), sedutor, pretensioso, exigente e intrigante, busca de forma doentia a perfeição.

Nina acabará descobrindo que, ao olhar no espelho, nem sempre verá refletida a imagem que faz de si mesma. Em um mergulho profundo no seu íntimo, conhecerá os limites da sua humanidade, colocando em questão sua própria identidade e os conceitos básicos de real e ilusório.

Seus sonhos e pesadelos se tornam palpáveis quando o Cisne Negro se sobrepõe ao Cisne Branco, fazendo da sua vida o palco da grande tragédia.

O filme consegue ser explosivo, emocional, instigante, doentio e extremamente conceitual. Fato esse que torna difícil a tarefa de fazer uma resenha do mesmo, sem revelar informações que só devem ser conhecidas ao assisti-lo.

Em entrevista à revista Entertainment Weekly, a atriz Natalie Portman contou o quanto se deixou envolver pelo papel:

Haviam noites em que eu pensava que ia acabar morrendo, literalmente (…). Foi a primeira vez que entendi como você pode se envolver tanto com um personagem que ele pode acabar te destruindo.

Não é à toa que ela acabou ganhando o prêmio Globo de Ouro de Melhor Atriz, e ainda é cotada como uma das principais canditadas ao Oscar.

Um show a parte (para os menos tradicionais) é a linguagem cinematografica. O uso da Hand-held camera dá um toque especial à trama. Os desfoques e a ausência de enquadramento, característicos dos documentários e filmes amadores, causam um certo desconforto; mas, nesse caso, foi um recurso ousado que completou a obra.

Cisne Negro estreou nos cinemas brasileiros dia 4 fevereiro. Confira os dois traillers oficiais e compartilhe suas impressões com a gente:

Trailler 1Trailler 2

Revisão: Maria Carolina

12 thoughts on “Cisne Negro

  1. até agora só ouvi elogios. Mas nada que falasse sobre o que o filme se trata, além de balé.

    Agora fiquei mais curiosa ainda. Ótima resenha. Depois que assistir poderei comentar melhor.

  2. Crítica mt bem escrita de um filme bastante intrigante. Só me instigou mais ainda a ver o filme que, se antes já era uma das minhas próximas escolhas, agora é muito mais.

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